A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte frontal inferior do pescoço (na frente da traqueia). Ela é a “controladora mestre” do metabolismo, exercendo um papel essencial na nossa saúde e bem-estar. A função da glândula tireoide é produzir hormônios que são liberados no sangue e transportados para todos os tecidos do corpo. Esses hormônios ajudam o organismo a usar suas reservas de energia de forma eficiente, mantendo o corpo aquecido e o cérebro, o coração, os músculos e outros órgãos funcionando de forma adequada. Nas crianças, o hormônio tireoidiano é necessário para que o crescimento ocorra dentro dos parâmetros de normalidade.1
Quem corre mais risco de desenvolver um distúrbio da tireoide?
Disfunções da tireoide são bastante comuns no mundo inteiro, especialmente em mulheres, que têm cinco a oito vezes mais probabilidade de ter um problema de tireoide do que os homens.2 Vale ressaltar que determinados momentos na vida da mulher fazem com que ela esteja ainda mais suscetível a desenvolver problemas na tireoide. Essas fases são: a gestação (com o hipertireoidismo geralmente causado pela doença de Graves), o pós-parto recente e a menopausa.2,3
Conheça alguns fatores de risco para distúrbios da tireoide:
Pessoas designadas como mulheres no nascimento;2
Histórico familiar de doença da tireoide;2
Síndrome de Turner;2
Uso de medicamento rico em iodo;2
Mais de 60 anos de idade, especialmente as mulheres;2
Ter recebido radioterapia na cabeça e/ou pescoço;2
Ter uma doença autoimune, como diabetes tipo 1, anemia perniciosa, doença celíaca e lúpus.2
O iodo é uma parte essencial dos hormônios da tireoide e, portanto, pode impactar no desenvolvimento de hipotireoidismo (tireoide com atividade insuficiente) e de hipertireoidismo (tireoide hiperativa).1
Por que o iodo é importante?
O iodo é essencial e um componente integral dos hormônios da tireoide. E os hormônios da tireoide são necessários para o crescimento e desenvolvimento normais dos tecidos e para a maturação do nosso corpo.2 Como nosso corpo não produz iodo, esse micronutriente precisa ser obtido regularmente por meio de uma dieta saudável.2
Níveis adequados de iodo no organismo são essenciais para a produção adequada de hormônios da tireoide tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).3 Diante dessa necessidade, uma campanha global para iodar o suprimento do sal em quase todos os países fez com que cerca de 68% dos lares passassem a usar sal iodado.4
De quanto iodo você precisa?
A necessidade diária de iodo muda ao longo da vida:5
Bebês: 110-130 microgramas
Crianças (1 a 8 anos): 90 microgramas
Crianças: (9 a 13 anos): 120 microgramas
Adolescentes e adultos: 150 microgramas
Gestantes: 220 microgramas
Lactantes: 290 microgramas
Observação: Bebês correm um risco elevado de deficiência de iodo porque sua necessidade do componente e dos hormônios da tireoide em relação ao peso é muito mais elevada do que em qualquer outro momento da vida.6
De acordo com Associação Americana de Tireoide, a dose diária recomendada de ingestão de iodo é de 150 mcg para mulheres não grávidas. Durante a gestação e a lactação, são incentivadas ingestões mais elevadas de iodo de 220-250 mcg em mulheres grávidas e 250-290 mcg em mulheres que amamentam. A Associação recomenda, também, que as mulheres tomem multivitaminas contendo 150 mcg de iodo diariamente na forma de iodeto de potássio (KI) durante a preconcepção, gravidez e lactação para atender a essas necessidades.7
Em algumas fases da vida é preciso cuidar mais atentamente dos níveis de iodo – a falta (mesmo que leve) desse micronutriente durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento e o parto do bebê.7 Já uma deficiência grave de iodo durante a gravidez pode ter consequências muito graves, como o aborto espontâneo ou o parto de um natimorto.8
Para cuidar da sua saúde, é importante sempre conversar com um profissional de saúde sobre a necessidade de suplementação de iodo.
Como suprir sua necessidade de iodo
A ingestão de frutos do mar pode ser um bom caminho para suprir essa necessidade porque o oceano é rico em iodo.2 Embora o teor seja um pouco menor do que nos frutos do mar, ovos, carne e derivados do leite são mais ricos em iodo do que a maioria dos alimentos de origem vegetal. Além disso, vale ressaltar que qualquer sal usado em casa deve ser iodado.2 Para garantir o consumo suficiente para bebês no período de desmame, o teor de iodo em fórmulas ou alimentos caseiros deve ser considerado pelo profissional de saúde que o acompanha.6
Fontes de iodo na dieta:9
Alguns pães
Sal de cozinha iodado
Queijo
Peixes de água salgada
Leite de vaca
Algas
Ovos
Crustáceos
Iogurte
Leite de soja
Sorvete
Molho de soja
Suplementos multivitamínicos que contêm iodo
O melhor método de prevenir a deficiência de iodo é a suplementação dietética no longo prazo com sal iodado – estratégia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS indica um consumo de sal de menos de 5 gramas por dia (equivalente a 1 colher de chá de sal por dia) para impedir doenças cardiovasculares.10
Deficiência de iodo e suas consequências para a saúde
A deficiência crônica de iodo pode ser prejudicial para a saúde.9 A falta de iodo leva a reduções nos níveis de hormônios da tireoide e é a causa mais comum de uma tireoide insuficientemente ativa (hipotireoidismo).1,9 O efeito visível da deficiência de iodo é o aumento no tamanho da tireoide, conhecido como o bócio.8
Para prevenir e evitar consequências graves para a saúde, é importante reconhecer os sinais iniciais de deficiência de iodo. Geralmente, a deficiência de iodo pode ser identificada a partir dos efeitos que ela tem sobre a tireoide. Um dos principais sinais é o aumento do tamanho da glândula (bócio), mas também vale ficar de olho em sintomas como:11
Engasgos frequentes
Dificuldade para engolir
Dificuldade para respirar
Um dos indicativos da deficiência de iodo é o hipotireoidismo, condição que ocorre quando a tireoide não está produzindo os hormônios necessários. Os sinais desse quadro geralmente resultam da queda no metabolismo, que leva a fadiga, ganho de peso e dificuldade para tolerar temperaturas frias.11
As consequências mais graves da deficiência de iodo ocorrem em mulheres grávidas ou lactantes, bem como em crianças. Níveis suficientes de iodo e de hormônios da tireoide são essenciais para o desenvolvimento regular do cérebro e do sistema nervoso. Dentre os distúrbio causados pela deficiência de iodo podemos citar o cretinismo, uma condição que retarda o desenvolvimento mental.8
Leung A, Pearce EN, Braverman LE. Role of iodine in thyroid physiology. Expert Rev Endocrinol Metab. 2010 Jul;5(4):593-602. doi: 10.1586/eem.10.40. PMID: 30780803.
Institute of Medicine (US) Panel on Micronutrients. Dietary Reference Intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc. Washington (DC): National Academies Press (US); 2001. 8, Iodine. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK222323/
O hipertireoidismo, ou uma tireoide excessivamente ativa, ocorre quando a glândula produz e libera muitos hormônios no fluxo sanguíneo, acelerando o metabolismo do corpo.1
As pessoas que sofrem de hipertireoidismo geralmente perdem peso, mesmo que comam normalmente ou até mais do que antes.1 Além disso, também costumam sentir os batimentos cardíacos acelerados.1
Conheça alguns dos principais sintomas do hipertireoidismo:1,2
Batimentos cardíacos acelerados (frequentemente mais de 100 batidas por minuto)
Nervosismo e/ou irritação
Perda de peso sem mudanças na dieta
Olhos proeminentes, arregalados (típico da doença de Graves)
Fraqueza muscular, especialmente no braço e na coxa
Sudorese aumentada
Evacuação frequente
Períodos menstruais mais leves ou menos frequentes
Mãos trêmulas
Cabelo fino e quebradiço
Pele macia e fina
É importante que os sintomas do hipertireoidismo sejam tratados, uma vez que complicações sérias podem ocorrer. Além disso, o hipertireoidismo aumenta o risco de osteoporose (perda de massa óssea) e de fraturas, sendo que em mulheres que passaram pela menopausa o risco é ainda maior.3
Os sintomas isolados não confirmam o quadro de hipertireoidismo. Para o diagnóstico, exames físicos e testes sanguíneos são necessários.
Quem corre esse risco?
Pessoas com histórico familiar de hipertireoidismo5
Mulheres5
Mulheres que deram à luz recentemente.5
Pessoas com mais de 60 anos4
Pessoas com doenças autoimunes (como diabetes do tipo 1)5
Fumantes4
Pessoas com consumo excessivo de iodo4
Pessoas com ferimentos na tireoide (incluindo cirurgia)4
Como os hormônios da tireoide afetam o coração
O hormônio tireoidiano afeta diretamente o coração e o sistema vascular periférico. Ele pode aumentar a frequência cardíaca e dilatar as artérias periféricas para aumentar o débito cardíaco.5 Um volume excessivo de hormônios da tireoide, como resultado de uma tireoide demasiadamente ativa (hipertireoidismo), pode causar batimentos cardíacos irregulares e mais fortes podendo resultar em disfunções cardíacas. Nesses casos, a musculatura do coração se torna mais espessa e, em situações mais graves, ocasiona a insuficiência cardíaca.1,6
Gomberg-Maitland M, Frishman WH. Thyroid hormone and cardiovascular disease. Am Heart J. 1998 Feb;135(2 Pt 1):187-96. doi: 10.1016/s0002-8703(98)70081-x. PMID: 9489964.
O hipotireoidismo é uma das doenças mais comuns da tireoide e se manifesta quando a glândula da tireoide não produz hormônios suficientes.1
Níveis baixos de hormônios da tireoide fazem com que as funções do corpo diminuam, levando a sintomas gerais como pele seca, fadiga, perda de energia e problemas de memória. O hipotireoidismo é diagnosticado por um simples exame de sangue para o hormônio estimulador da tireoide (TSH).1
Sintomas-chave de hipotireoidismo
No geral, os sintomas do hipotireoidismo aparecem lentamente, no decorrer de vários meses ou até mesmo anos. Contudo, há também algumas pessoas que desenvolvem esses sintomas de maneira mais rápida, em apenas alguns meses.1 Confira abaixo alguns dos principais sinais do hipotireoidismo:1
Fadiga;
Pele seca e com coceira
Menos energia
Constipação
Cabelo e unhas finos e frágeis e/ou pele seca e escamosa
Bócio (inchaço na parte frontal do pescoço, causado pelo aumento da tireoide)
Diminuição da frequência cardíaca
Atraso no crescimento em crianças
Irritação
Depressão
Intolerância ao frio
Perda de apetite
Períodos menstruais irregulares ou problemas de fertilidade
Problemas articulares ou musculares
Em alguns casos, deixar o hipotireoidismo sem tratamento pode levar a outros problemas de saúde:2
Colesterol alto;
Problemas cardíacos como, por exemplo, frequência cardíaca mais lenta que o normal e insuficiência cardíaca;
Bócio;
Risco de coma – é uma forma extrema de hipotireoidismo que se desenvolve em casos raros, quando a doença não é tratada.
Quem corre esse risco?
Mulheres são geralmente mais propensas a desenvolver hipotireoidismo, especialmente durante a gravidez, após o parto e durante a menopausa1
Idosos1
Pessoas com parentes que apresentam distúrbios autoimunes1
Pessoas com doenças autoimunes, diabetes tipo 1 ou artrite reumatoide1
Pessoas com distúrbio bipolar1
Pacientes que passaram por radioterapia ou cirurgia da tireoide1
Como é diagnosticada a disfunção da tireoide?
Muitas pessoas continuam sem ser diagnosticadas com problemas de tireoide e sofrem por muito tempo com seus sintomas confundidos com os de outras condições. A disfunção de tireoide pode ser confirmada por meio de um exame de sangue simples.1 Se você se preocupa com a possibilidade de sofrer com problemas da tireoide, discuta o assunto com o(a) médico(a) que te acompanha. Experimente também nosso verificador de sintomas de distúrbios de tireoide.
Como tratar o hipotireoidismo
O tratamento de disfunção de tireoide é simples, seguro e eficaz.1 Uma vez que não há cura para o hipotireoidismo, o objetivo do tratamento é repor os hormônios da tireoide que faltam no corpo.1 A medicação apropriada, tomada diariamente, permite que pacientes vivam uma vida sem sintomas.1
Se você foi diagnosticado com hipotireoidismo, é importante lembrar que o tratamento é um compromisso para a vida toda e que a medicação deve ser tomada todos os dias, mesmo com os sintomas sob controle.1 Isto pode parecer desafiador, mas assumir o controle da sua condição e seguir a sua medicação deve garantir que você viva sem sintomas.1 É aconselhável consultar um(a) médico(a) com mais frequência caso ocorra alguma mudança na sua condição.
Como os hormônios da tireoide afetam o coração
O coração é um alvo importante dos hormônios da tireoide. Uma quantidade baixa desses hormônios por conta de uma tireoide insuficientemente ativa (hipotireoidismo) pode causar níveis elevados de colesterol total e triglicérides.1
American Thyroid Association. Hypothyroidism: a booklet for patients and their families. Disponível em: http://www.thyroid.org/wp-content/uploads/patients/brochures/Hypothyroidism_web_booklet.pdf. Acesso em maio de 2024.
A falta de iodo na dieta é a principal causa de tireoide aumentada, também conhecida como bócio.1 Estima-se que 0,7 bilhão de pessoas no mundo sejam afetadas por uma deficiência de iodo.2
Como reconhecer o bócio
O bócio se forma quando a tireoide tenta compensar a deficiência de iodo e a produção baixa e/ou falha de hormônios da tireoide. Neste processo, ela gradualmente cresce além do seu tamanho regular.1
Uma pessoa com uma tireoide muito aumentada pode ter problemas para engolir e respirar.3 A Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos recomenda o chamado “teste do pescoço” para ajudar pessoas a reconhecer uma tireoide possivelmente aumentada.4
Como reconhecer um nódulo
Nódulos da tireoide são aumentos anormais de tecido na glândula.5 Algumas pessoas desenvolvem apenas um nódulo, enquanto outras desenvolvem muitos.5 Eles são relativamente comuns, com cerca de metade da população do mundo apresentando ao menos um nódulo até os 60 anos.5 Assim como no bócio, a formação de nódulos pode ser causada por insuficiência de iodo na dieta.6
Nódulos de tireoide são classificados por exames como “quentes”, “mornos” ou “frios”. Se um nódulo não produzir iodo, ele aparecerá como “frio” no exame. Aqueles que produzem iodo serão mais escuros e são chamados de “quentes”. Aproximadamente 85% dos nódulos são frios, 10% são mornos e 5% são quentes. Destes, 85% dos nódulos frios são benignos (não cancerosos), bem como 90% e 95% dos nódulos mornos e quentes, respectivamente.7
Inicialmente, a maioria dos nódulos de tireoide não causa sintomas notáveis.6 Eles costumam não ser descobertos até o próximo exame de rotina ou testes com imagem, como exames de tomografia computadorizada (CT) ou ultrassom do pescoço realizados por motivos não relacionados.6 Quando os nódulos da tireoide crescem demais, os seguintes sintomas podem ocorrer (embora isso seja um tanto raro):
Dificuldade ou dor ao engolir6
Dificuldade para respirar6
Rouquidão6
Sintomas de hipertireoidismo5
Um(a) médico(a) deve ser consultado(a) imediatamente ao surgirem dificuldades respiratórias.
Diagnóstico e tratamento
Após um exame físico simples realizado por um(a) profissional de saúde qualificado, uma amostra de sangue é retirada para determinar se há uma quantidade suficiente do hormônio TSH no fluxo sanguíneo.1,8 Este hormônio indica se a glândula da tireoide está funcionando normalmente. A ultrassonografia é realizada para determinar o tamanho real dos nódulos e da tireoide.1 Este exame é indolor. Outros métodos para examinar nódulos incluem um exame radioativo de iodo e uma biópsia com agulha fina.1
Como tratar o bócio e nódulos?
Muitos bócios e nódulos podem ser acompanhados com uma abordagem de “observar e esperar”. No entanto, se estiverem causando sintomas incômodos ou afetando sua saúde, precisarão ser tratados, geralmente com cirurgia. Isso inclui casos como:9
Bócios grandes que são desconfortáveis ou causam dificuldade em respirar ou engolir.9
Bócios multinodulares, especialmente aqueles que contraem as vias aéreas, o esôfago ou os vasos sanguíneos.9
Bócio nodular causando hipertireoidismo (tireoide hiperativa), se o tratamento com iodo radioativo ou medicamentos antitireoidianos não for uma opção.9
Bócios ou nódulos malignos (câncer de tireoide).9
Nódulos da tireoide que produzem resultados incertos em uma biópsia.9
Iodo radioativo
Este tratamento é usado principalmente para reduzir um bócio ou nódulo que faz com que a tireoide produza hormônio tireoidiano em excesso. O iodo é administrado em cápsulas ou líquido. Uma vez ingerido, concentra-se na tireoide e destrói parte ou todo o tecido tireoidiano, sem prejudicar outros tecidos.9
Medicação com hormônio tireoidiano
Esta forma sintética de hormônio tireoidiano pode ajudar a reduzir uma tireoide aumentada e tratar uma tireoide hipoativa. Os sintomas de hipotireoidismo geralmente começam a melhorar na primeira semana após o início da medicação e desaparecem em alguns meses.9
Cirurgia
Se o bócio se tornou tão grande que está esticando ou comprimindo estruturas próximas, você pode precisar de cirurgia para remover toda ou parte da tireoide. Da mesma forma, grandes nódulos da tireoide – bem como nódulos que o(a) médico(a) suspeita que possam ser malignos – provavelmente precisarão ser removidos cirurgicamente.9
Dependendo de quanto da glândula tireoide for removida, pode ser necessário tomar hormônio tireoidiano sintético pelo resto da vida.9
Na maior parte do mundo, a incidência de câncer de tireoide aumentou ao longo das últimas décadas, mas a boa notícia é que a mortalidade relacionada à doença está em declínio.1
O câncer de tireoide é classificado em quatro tipos primários. Conheça-os abaixo:2
– O câncer de tireoide papilar é o tipo mais comum e corresponde a 70-80% dos casos, podendo ocorrer em qualquer idade. Este tumor apresenta crescimento lento e tem uma tendência a se espalhar para os linfonodos do pescoço.2
– O câncer de tireoide folicular representa cerca de 10% a 15% de todos os cânceres de tireoide nos Estados Unidos e pode se espalhar para os linfonodos, fluxo sanguíneo e tecidos mais distantes, incluindo ossos e pulmões.2
– O câncer de tireoide medular compreende 2% dos casos, 25% desses casos ocorre em famílias e está associado a outros tumores endócrinos. Portanto, familiares de um paciente com câncer de tireoide medular devem ser testados para identificar a presença de mutação genética.2
– O câncer de tireoide anaplástico contabiliza menos de 2% dos casos e é o tipo mais agressivo, com menor chances de responder ao tratamento. Este tumor cresce e se espalha rapidamente, portanto é de difícil tratamento.2
Como o câncer de tireoide é diagnosticado?
O câncer de tireoide costuma se desenvolver em caroços ou nódulos sem causar sintomas.2 Os nódulos costumam ser detectados, por exemplo, por CT ou ultrassonografia realizados por outros motivos.2 O exame da tireoide é realizado pelo ultrassom da tireoide.2 Um exame microscópico da amostra de tecido obtida por meio de biópsia aspirativa com agulha fina mostrará se há células cancerígenas e, caso haja um diagnóstico positivo, qual é tipo de câncer.2
O diagnóstico do câncer de tireoide é um choque e costuma ser acompanhado por uma onda de emoções, como tristeza, medo, raiva e confusão. Saber mais sobre a sua condição e o atendimento médico disponível pode ser importante para reduzir o medo e a sensação de desamparo. Isso permite que a pessoa participe ativamente do processo de tratamento – a boa notícia é que o câncer de tireoide pode ser tratado e frequentemente é curado.2
Tratamento do câncer de tireoide
De acordo com a Associação Americana de Tireoide, o tratamento primário para todas as formas de câncer de tireoide é a remoção parcial ou total da glândula por cirurgia..2 Se o tumor já houver se espalhado para os linfonodos no pescoço ou no peito, estes linfonodos também deverão ser removidos.2 Após a remoção da tireoide, a pessoa receberá medicação apropriada, que deverá ser ingerida permanentemente.2
Caso o tumor seja grande ou tenha se alastrado para outros tecidos, o(a) médico(a) provavelmente receitará a terapia de radioiodo (RAI) após a cirurgia.2 A RAI irá matar as células cancerígenas remanescentes, mesmo aquelas em tecidos distantes.2 Ao preparar-se para este tratamento, você se tornará hipotireoidico pela interrupção do tratamento ou com a injeção de TSH.2 Quanto menos iodo houver no organismo, mais eficaz será o tratamento.2
Em pacientes com estágios avançados de câncer de tireoide, a cirurgia e o tratamento com RAI podem não funcionar. A equipe médica poderá propor radioterapia, quimioterapia ou uma combinação de ambos.2
Após o tratamento com sucesso, exames de acompanhamento periódico são necessários para verificar se o câncer permaneceu estável. Estas consultas incluirão exames físicos e de ultrassonografia do pescoço, além de exames de sangue. Os exames de sangue mostrarão se o corpo está recebendo a quantia correta de tiroxina e irão monitorar a presença de tireoglobulina. Após a remoção da tireoide e o tratamento com RAI, o organismo não produzirá a proteína tiroglobulina (produzida somente na tireoide). Caso ela apareça em um exame de sangue, isso pode indicar a volta do câncer de tireoide.2
La Vecchia C, Malvezzi M, Bosetti C, Garavello W, Bertuccio P, Levi F, Negri E. Thyroid cancer mortality and incidence: a global overview. Int J Cancer. 2015 May 1;136(9):2187-95. doi: 10.1002/ijc.29251. Epub 2014 Oct 13. PMID: 25284703.
A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que afeta a glândula tireoide. O que ocorre nesses casos é que as células do sistema imunológico levam à morte das células produtoras de hormônios da tireoide. Por isso, a doença geralmente resulta em declínio na produção hormonal (hipotireoidismo).1
Quem corre esse risco?
A tireoidite de Hashimoto pode afetar qualquer indivíduo de qualquer idade, mas ocorre frequentemente em mulheres na meia idade e em pessoas com histórico familiar de distúrbios de tireoide.2
Sintomas da doença de Hashimoto
A doença pode ter uma demora no diagnóstico e, durante o seu curso, a tireoide pode se esgotar, fazendo com que o paciente desenvolva hipotireoidismo, com sintomas como:1-3
Fadiga, sonolência e/ou fraqueza
Intolerância ao frio
Dificuldade para se concentrar ou pensar
Depressão
Ganho de peso
Pescoço aumentado e presença de bócio no início da doença
Períodos menstruais irregulares, com fluxo intenso ou irregular
Constipação
Dor nas articulações ou músculos
Queda de cabelo
Pele seca
Como a doença de Hashimoto é diagnosticada
Pessoas com doença de Hashimoto costumam apresentar sintomas de hipotireoidismo, às vezes acompanhados por bócio.3 Os sintomas isolados não são prova confiável desta doença. Exames de sangue são necessários para um diagnóstico válido. Quando a pessoa apresenta altos níveis de TSH no sangue e baixos níveis de T4 livre (tiroxina circulando livremente no sangue), é provável que ela tenha hipotireoidismo.4 Anticorpos contra peroxidase de tireoide, uma enzima envolvida na produção de hormônios desta glândula, geralmente são elevados em casos de tireoidite de Hashimoto.3
Tratamento da doença
Quando a pessoa é diagnosticada com doença de Hashimoto, o(a) médico(a) receita um hormônio substituto de tiroxina para tratar esta condição.2 A maioria dos pacientes precisará de tratamento vitalício com medicação apropriada.3
A doença de Graves é um distúrbio do sistema imunológico (doença autoimune) que resulta na superprodução de hormônios da tireoide (hipertireoidismo). Embora vários distúrbios possam resultar em hipertireoidismo, a doença de Graves é uma causa comum.1
Cerca de 30% das pessoas com doença de Graves apresentam alguns sinais e sintomas da oftalmopatia de Graves. Na oftalmopatia de Graves, a inflamação e outros eventos do sistema imunológico, afetam os músculos e outros tecidos ao redor dos olhos. 1
Quem corre esse risco?
Mulheres com menos de 40 anos são especialmente propensas a desenvolver a doença de Graves.1 Além disso, muitos fatores podem aumentar o risco da doença, incluindo:1
Histórico familiar da doença de Graves;
Doenças autoimunes, como diabetes tipo 1 e artrite reumatoide;
Tabagismo;
Gravidez;
Estresse.
Sintomas da doença de Graves
Os sinais e sintomas comuns da doença de Graves incluem:1
Ansiedade e irritabilidade
Um leve tremor nas mãos ou dedos
Sensibilidade ao calor e aumento da transpiração ou pele quente e úmida
Perda de peso, apesar dos hábitos alimentares normais
Aumento da glândula tireoide (bócio)
Mudança nos ciclos menstruais
Disfunção erétil ou redução da libido
Evacuações intestinais frequentes
Olhos esbugalhados (oftalmopatia de Graves)
Fadiga
Pele espessa e vermelha, geralmente nas canelas ou na parte superior dos pés (dermopatia de Graves)
Batimento cardíaco rápido ou irregular (palpitações)
Distúrbios de sono
Sintomas da oftalmopatia de Graves incluem:1
Olhos esbugalhados
Sensação de areia nos olhos
Pressão ou dor nos olhos
Pálpebras inchadas ou retraídas
Olhos avermelhados ou inflamados
Sensibilidade à luz
Visão dupla
Perda de visão
Diagnosticando a doença de Graves
Para diagnosticar a doença de Graves, o(a) médico(a) pode realizar um exame físico, para verificar sinais e sintomas da doença de Graves, além de discutir o seu histórico médico/familiar e, também, solicitar os seguintes exames:1
– Exames de sangue. Os exames de sangue podem ajudar o(a) médico(a) a determinar seus níveis de hormônio estimulador da tireoide (TSH) – o hormônio hipofisário que normalmente estimula a glândula tireoide – e seus níveis de hormônios tireoidianos. Pessoas com doença de Graves geralmente apresentam níveis de TSH inferiores ao normal e níveis mais elevados de hormônios da tireoide;1
– Captação de iodo radioativo. Ao administrar-lhe uma pequena quantidade de iodo radioativo e depois medir a quantidade dele na glândula tireoide com uma câmera de varredura especializada, o(a) médico(a) pode determinar a taxa na qual a glândula tireoide absorve iodo. A quantidade de iodo radioativo absorvida pela glândula tireoide ajuda a determinar se a doença de Graves ou outra condição é a causa do hipertireoidismo. Este teste pode ser combinado com uma varredura com iodo radioativo para mostrar uma imagem visual do padrão de captação.1
– Ultrassom. O ultrassom pode mostrar se a glândula tireoide está aumentada. É mais útil em pessoas que não podem ser submetidas à captação de iodo radioativo, como mulheres grávidas.1
– Exames de imagem. Se o diagnóstico da doença de Graves não estiver claro em uma avaliação clínica, o(a) médico(a) poderá solicitar exames de imagem especiais, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.1
Tratamento da doença de Graves
Os objetivos do tratamento para a doença de Graves são interromper a produção dos hormônios da tireoide e bloquear o efeito dos hormônios no corpo. Alguns tratamentos incluem:1
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