A Tireoide

A glândula da tireoide é o “controlador mestre” do metabolismo.

Impacto da deficiência de iodo

Distúrbios de tireoide são algumas das doenças mais frequentes do mundo, com cerca de 1.6 bilhões de pessoas em risco.1 O iodo é uma parte essencial dos hormônios da tireoide e, portanto, é um fator importante no desenvolvimento de hipotireoidismo (tireoide com atividade insuficiente) e hipertireoidismo (tireoide hiperativa).1 


Por que o iodo é importante?

O iodo é essencial para a produção dos hormônios da tireoide, para o desenvolvimento fetal e infantil, além de ser um nutriente crucial para saúde adequada em todas as fases da vida.2 Como o nosso corpo não produz iodo, ele deve ser obtido regularmente com uma dieta saudável.2 

O iodo é o componente essencial na produção dos hormônios da tireoide tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).3 Os hormônios da tireoide ajudam o corpo a usar energia de maneira otimizada, a permanecer aquecido e a manter o cérebro, o coração, os músculos e outros órgãos trabalhando da maneira como eles deveriam.4 Os hormônios da tireoide – e, portanto, o iodo – são essenciais para o crescimento fetal, a maturação dos ossos e o desenvolvimento do cérebro.2 

Uma campanha global para iodar o suprimento do sal em quase todos os países fez com que cerca de 68% dos lares agora usem sal iodado.5  Apesar disso, cerca de 40% da população global continua em risco de sofrer com a deficiência de iodo.6

De quanto iodo você precisa?

Uma colher de chá de iodo é tudo que você necessita na sua vida; no entanto, já que o corpo não pode armazenar iodo por muito tempo, pequenas quantidades são necessárias regularmente.2 A maioria das pessoas pode tolerar grandes quantidades de iodo sem efeitos adversos. Uma ingestão de mais de um miligrama por dia pode ser prejudicial.2

A necessidade diária de iodo muda ao longo da vide de uma pessoa:4

  • Bebês: 110-130 microgramas
  • Crianças (1 a 8 anos): 90 microgramas
  • Crianças: (9 a 13 anos): 120 microgramas
  • Adolescentes e adultos: 150 microgramas
  • Gestantes: 220 microgramas
  • Lactantes: 290 microgramas

Observação: Bebês correm um risco elevado de deficiência de iodo porque sua necessidade do componente e hormônios da tireoide em relação ao seu peso é muito mais elevada do que em qualquer outro momento da vida.8 Não é recomendado dar sal extra aos bebês, sendo assim, eles dependem muito da mãe como fonte de iodo. Portanto, a Associação Americana de Tireoide recomenda que todas as lactantes tomem um suplemento contendo pelo menos 150 microgramas de iodo por dia, juntamente com outras fontes de iodo, para garantir que mãe e filho atinjam suas respectivas necessidades diárias, conforme mencionado acima.9

Ao planejar um bebê, engravidar ou amamentar, você deve elevar seu consumo de iodo na dieta.4 Mesmo uma falta leve de iodo durante a gravidez pode ter efeitos sobre o desenvolvimento e o parto do bebê.2 A deficiência grave de iodo durante a gravidez pode levar ao aborto espontâneo ou ao parto de um natimorto.3 Ela também pode levar a anormalidades congênitas, como cretinismo – que é uma condição grave e irreversível de retardo mental.3 O efeito mais grave, mas menos visível, da deficiência de iodo é uma redução de inteligência que pode afetar a vida familiar, escolar e profissional.3

Fale com o seu médico sobre quais suplementos de iodo você pode precisar ou te beneficiariam.

Como satisfazer sua necessidade de iodo

Frutos do mar são uma boa fonte porque o oceano é rico em iodo.2 Embora o teor de iodo seja menor do que nos frutos do mar, ovos, carne e derivados do leite são mais ricos do que a maioria dos alimentos de origem vegetal. Qualquer sal usado em casa deve ser iodado.2 Para garantir o consumo suficiente para bebês no período de desmame, o teor de iodo em fórmulas ou alimentos caseiros deve ser considerado.8

Fontes comuns de iodo na dieta:7

  • Alguns pães
  • Sal de cozinha iodado
  • Queijo
  • Peixe de água salgada
  • Leite de vaca
  • Algas (incluindo Kelp, Dulse e Nori)
  • Ovos
  • Crustáceos
  • Iogurte congelado
  • Leite de soja
  • Sorvete
  • Molho de soja
  • Multivitamínicos que contêm iodo
  • Iogurte

O melhor método de prevenir a deficiência de iodo é a suplementação dietética no longo prazo com sal iodado – estratégia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS recomenda um consumo de sal de menos de 5 gramas por dia (equivalente a 1 colher de chá de sal por dia) para impedir doenças cardiovasculares.10 Uma colher de chá de sal iodado contém cerca de 400 microgramas de iodo.Para suprir a demanda total de iodo, você não deve comer mais sal – e sim consumir outros alimentos ricos em iodo.2

Deficiência de iodo e suas consequências para a saúde

A deficiência crônica de iodo pode ser prejudicial para a saúde.7 Uma falta de iodo leva a reduções nos níveis de hormônios da tireoide e é a causa mais comum de uma tireoide insuficientemente ativa (hipotireoidismo).1,7 O efeito visível e inconfundível da deficiência de iodo é o aumento da tireoide, conhecido como o bócio.7 Para prevenir consequências graves para a saúde, é importante reconhecer os sinais iniciais de deficiência de iodo.

Aqui, você pode ler mais e descobrir como se formam o bócio e nódulos – além de como reconhecê-los e tratá-los.

Os seguintes sintomas podem indicar uma falta de iodo:5,7

  • Problemas para engolir e respirar
  • Maior circunferência do pescoço
  • Fadiga
  • Sensibilidade ao frio
  • Constipação
  • Pele seca
  • Depressão

Em crianças:

  • Retardo mental e físico2
  • Declínio da inteligência (deficiência de iodo reduz o QI em 12,75 pontos)11
  • Desempenho educacional reduzido12

As consequências mais graves da deficiência de iodo ocorrem em mulheres grávidas ou lactantes, bem como em crianças. Níveis suficientes de iodo e de hormônios da tireoide são essenciais para o desenvolvimento regular do cérebro e do sistema nervoso. O distúrbio mais grave causado pela deficiência séria de iodo durante a gravidez é o cretinismo, uma condição que retarda o crescimento físico e mental.7 No entanto, mesmo a deficiência leve de iodo durante a gravidez pode ser associada a baixos níveis de inteligência em crianças.7

Manter o nível de iodo adequado é a melhor maneira de impedir essas complicações, bem como o nascimento de natimortos, abortos espontâneos ou crescimento insuficiente.7

Websites úteis

http://www.iccidd.org

– O Conselho Internacional para o Controle de Distúrbios por Deficiência de Iodo  é uma organização não governamental sem fins lucrativos para a eliminação sustentável da deficiência de iodo e a promoção da nutrição ideal de iodo no mundo)

http://www.unicef.org/progressforchildren/2007n6/index_41509.htm

– O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicou o estudo “Progresso para Crianças”, uma revisão estatística que documenta o progresso em direção às “Metas de Desenvolvimento do Milênio”.

http://www.thyroid.org/patients/patient_brochures/iodine_deficiency.html – Informações para pacientes sobre a saúde da tireoide publicadas pela Associação Americana de Tireoide

  1. Khan A, Khan MM, Akhtar S. Thyroid disorders, etiology and prevalence. J Med Sci 2002; 2: 89–94. http://www.scialert.net/fulltext/?doi=jms.2002.89.94&org=11. Last accessed April 2022
  2. Nutrition Australia. Nutrition fact sheet: iodine. Available at https://nutritionaustralia.org/fact-sheets/iodine-facts/. Last accessed February 2021
  3. Revista Contexto & Saúde. Estado Nutricional de Iodo na Gestação e sua Influência na Saúde do Binômio Mãe-Filho. Available at https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/9775/6590#:~:text=Entre%20as%20consequ%C3%AAncias%20relacionadas%20%C3%A0,et%20al.%2C%202016. Last accessed April 2022
  4. Institute of Medicine of the National Academies. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington, DC: National Academy Press, 2001.
  5. American Thyroid Association. Hypothyroidism. Available at http://www.thyroid.org/wp-content/uploads/patients/brochures/ata-hypothyroidism-brochure.pdf. Last accessed April 2022
  6. United Nations. Sixth report on the world nutrition situation. Available at http://www.unscn.org/files/Publications/RWNS6/report/SCN_report.pdf. Last accessed April 2022
  7. American Thyroid Association. Iodine deficiency. Available at http://www.thyroid.org/wp-content/uploads/patients/brochures/IodineDeficiency_brochure.pdf. Last accessed April 2022
  8. Zimmermann M. Low iodine intakes in weaning infants. IDD Newsletter 2010; 38: 1–3. Available at http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.187.3644&rep=rep1&type=pdf. Last Accessed April 2022
  9. American Thyroid Association. American Thyroid Association (ATA) issues statement on the potential risks of excess iodine ingestion and exposure. Available at http://www.thyroid.org/american-thyroid-association-ata-issues-statement-on-the-potential-risks-of-excess-iodine-ingestion-and-exposure/. Last accessed April 2022
  10. Conselho Federal de Nutricionistas. OMS recomenda limites de consumo de sal para crianças. Available at https://www.cfn.org.br/index.php/nutricao-na-midia/legacy-1320/. Last accessed April 2022
  11. World Health Organization. Is it true that lack of iodine really causes brain damage? Available at http://www.who.int/features/qa/17/en/. Last accessed April 2022
  12. Qian M, Wang D, Watkins WE et al. The effects of iodine on intelligence in children: a meta-analysis of studies conducted in China. Asia Pac J Clin Nutr 2005; 14: 32–42.

BR-EUT-00916/Mayo-2024

Data de elaboração: Março 2018. Data da revisão: Mayo 2024

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