A glândula da tiroide é um órgão em forma de borboleta localizado na base do pescoço, na parte da frente da traqueia. É o “regulador principal” do metabolismo, e desempenha um papel fundamental na nossa saúde.1,2 Produz, armazena e liberta as hormonas da tiroide no sangue, regulando assim o metabolismo.2 Estas hormonas são essenciais para o bom funcionamento dos tecidos e órgãos do corpo.3 Permitem que o nosso corpo utilize de forma eficiente a energia armazenada, controlando desta forma a temperatura corporal e que os nossos músculos funcionem corretamente.3
Quem está em risco?
As disfunções da tiroide são muito comuns em todo o mundo, especialmente nas mulheres.4 O motivo pelo qual as mulheres têm um risco maior do que os homens ainda não é totalmente compreendido. As mulheres não só são mais propensas a terem problemas de tiroide, como a desenvolvê-los mais precocemente na sua vida.4
Em certos momentos da vida de uma mulher, a mesma está mais vulnerável a problemas da tiroide. Estes são:4
Gravidez recente (hipertiroidismo)
Episódios de alterações hormonais devido à gravidez, parto ou menopausa (hipotiroidismo)
Independentemente do seu género, o risco de disfunção da tiroide existe se:4
Há um histórico de doenças da tiroide na família (hipotiroidismo e hipertiroidismo)
Sofrer de uma doença autoimune, como a Diabetes Tipo 1 (hipotiroidismo e hipertiroidismo)
Tiver mais de 60 anos (hipotiroidismo e hipertiroidismo)
Tiver um histórico de disfunção da tiroide ou tiver realizado uma cirurgia na tiroide (hipotiroidismo e hipertiroidismo)
Tiver Síndrome de Down ou Síndrome de Turner (hipotiroidismo)
Tiver no seu histórico pessoal o uso de lítio (hipotiroidismo)
Ser caucasiano ou asiático (hipertiroidismo)
Tiver consumido quantidades significativas de iodo através dos alimentos ou medicação (hipertiroidismo)
As pessoas que foram submetidas a tratamentos com radiação ou cujos pescoços foram expostos a raios-X são também propensas a sofrer de complicações da tiroide4.
Os distúrbios da tiroide são algumas das doenças mais frequentes no mundo, com cerca de 1,6 mil milhões de pessoas em risco em todo o mundo.1 O iodo é parte integrante das hormonas da tiroide e, portanto, é um fator importante no desenvolvimento do hipotiroidismo (tiroide inativa) e hipertiroidismo (tiroide hiperativa).1 Sem iodo suficiente, o hipotiroidismo, o cretinismo e outros transtornos de deficiência de iodo podem-se desenvolver. Por outro lado, o consumo excessivo de iodo pode levar ao hipertiroidismo.1
Porque o iodo é tão importante?
O iodo é essencial para a produção de hormonas da tiroide, para o desenvolvimento fetal e infantil, e é um nutriente crucial para uma saúde adequada em todas as fases da vida.2 Como o nosso corpo não consegue produzir iodo, este tem de ser fornecido regularmente através de uma dieta saudável.2 A deficiência de iodo foi detetada em 54 países, de acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).3
O iodo é o componente-chave na produção das hormonas tiroideias tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).4 As hormonas tiroideias ajudam o corpo a usar a energia de forma otimizada e a manter-se aquecido, bem como a manter o cérebro, coração, músculos e outros órgãos a funcionar corretamente.5 As hormonas tiroideias e, por sua vez, o iodo são essenciais para o crescimento fetal, a maturação óssea e para o desenvolvimento cerebral.2 De acordo com a OMS, a ingestão insuficiente de iodo é a causa evitável mais comum de atraso mental.3
Uma campanha a nível global para suplementar o sal com iodo levou a que aproximadamente 68% das famílias utilizem agora sal iodado.6 Apesar disto, cerca da 40% da população global continua em risco de carência de iodo.7
Qual a quantidade de iodo que é necessária?
Uma colher de chá de iodo contém a quantidade necessária para toda a vida; no entanto, como o corpo não consegue armazenar iodo por longos períodos, existe a necessidade de pequenas quantidades regularmente.2 A maioria das pessoas pode tolerar grandes quantidades de iodo sem efeitos adversos. Uma ingestão diária de iodo superior a 1.000 microgramas pode ser prejudicial.2
A necessidade diária de iodo muda ao longo da vida de uma pessoa:4
Bebés: 110–130 microgramas
Crianças: (1–8 anos): 90 microgramas
Crianças: (9–13 anos): 120 microgramas
Adolescentes e adultos: 150 microgramas
Grávidas: 220 microgramas
Lactantes: 290 microgramas
Nota: Os bebés têm um alto risco de deficiência de iodo porque a sua necessidade de iodo e as hormonas tiroideias em relação ao seu peso, é muito maior do que em qualquer outro momento da sua vida.8 A American Thyroid Association (ATA) recomenda que todas as mulheres na fase de amamentação tomem um suplemento diário de 150 microgramas de iodo.9
Se planeia engravidar, o iodo vem primeiro
Se planeia engravidar, se está grávida ou a amamentar, saiba que necessita de reforçar a ingestão de iodo na sua dieta alimentar.2,4 Mesmo uma ligeira deficiência de iodo durante a gravidez, pode ter efeitos sobre o desenvolvimento do bebé e no parto pré-termo. Uma grave deficiência de iodo durante a gravidez pode levar ao aborto espontâneo ou à morte fetal.3 Assim como levar a anormalidades congénitas, como o cretinismo, que é uma forma séria e irreversível de atraso mental.3 O efeito mais profundo, mas menos grave, da deficiência de iodo é a redução da inteligência que pode afetar a vida familiar, escolaridade e trabalho.3
Fale com o seu médico sobre os benefícios dos suplementos e quais os suplementos de iodo que poderá necessitar.
Como satisfazer a sua necessidade de iodo
O marisco é uma boa fonte isto porque os oceanos são ricos em iodo.2 Embora menos ricos em iodo do que a maioria dos frutos do mar, os ovos, a carne e os produtos lácteos são mais ricos do que a maioria dos alimentos de origem vegetal.2 Qualquer sal usado em casa deve ser iodado.2 Para garantir uma ingestão suficiente para bebés no período de desmame, deve-se considerar o teor de iodo complementar em fórmulas/alimentos caseiros ou comerciais.8
Fontes comuns de iodo na dieta alimentar:7
Alguns tipos de pão
Sal de mesa iodado
Queijo
Peixe de água salgada
Leite de vaca
Algas marinhas
Ovos
Marisco
Iogurte congelado
Leite de soja
Gelado
Molho de soja
Multivitaminas que contém iodo
Iogurte
O melhor método para prevenir a deficiência de iodo é a suplementação dietética a longo prazo com sal iodado, a estratégia recomendada pela OMS. A OMS recomenda uma ingestão de sal inferior a 5 gramas por dia (equivalente a cerca de 1 colher de chá de sal por dia) para prevenir doenças cardiovasculares.10 Uma colher de chá de sal iodado contém cerca de 400 microgramas de iodo.7 Para suprir a necessidade total de iodo não deve consumir mais sal, mas sim consumir outros alimentos ricos em iodo.2
Consequências para a saúde da deficiência de iodo
A deficiência crónica de iodo pode ser prejudicial à sua saúde.7 A falta de iodo leva à diminuição das hormonas tiroideias e é a causa mais comum de uma tiroide hipoativa (hipotiroidismo).1,7 O efeito visível e inequívoco da deficiência de iodo é o aumento da tiroide, conhecido como bócio.7 Para prevenir consequências graves para a saúde, é importante reconhecer os primeiros sinais de deficiência de iodo.
Aqui poderá saber mais sobre o bócio e os nódulos – e também como os reconhecer e tratar.
Os seguintes sintomas podem indicar uma falta de iodo:5,7
Problemas de deglutição e de respiração
Maior circunferência do pescoço
Fadiga
Sensibilidade ao frio
Prisão de ventre
Pele seca
Depressão
Em crianças:
Atrasos mental e físico2
Declínio na inteligência (a deficiência de iodo reduz o QI em 15 pontos)11
Redução do desempenho escolar12
As consequências mais graves da deficiência de iodo ocorrem em mulheres que estão grávidas ou numa fase de amamentação e em crianças. Iodo suficiente e, por sua vez, hormonas suficientes da tiroide, são essenciais para o desenvolvimento normal do cérebro e do sistema nervoso. O transtorno mais grave causado por uma grave deficiência de iodo durante a gravidez é o cretinismo, uma condição de atraso no crescimento físico e mental.7 Mas mesmo uma ligeira deficiência de iodo durante a gravidez pode estar associada à baixa inteligência em crianças.7
Um aporte suficiente de iodo é a melhor maneira de prevenir essas complicações, assim como outras, tais como nados-mortos, abortos espontâneos ou crescimento deficiente.7
The International Council for the Control of Iodine Deficiency Disorders (ICCIDD) é uma organização sem fins lucrativos, não-governamental para a eliminação sustentável da deficiência de iodo e da promoção da nutrição ideal com iodo em todo o mundo.
United Nations Children’s Fund (UNICEF) publica “Progress for Children”, uma revisão estatística que documenta o progresso em direção aos “Objetivos de Desenvolvimento do Milénio”.
Institute of Medicine of the National Academies. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington, DC: National Academy Press, 2001.
World Health Organization. Is it true that lack of iodine really causes brain damage? Disponível em http://www.who.int/features/qa/17/en/. Acedido em Fevereiro 2017
Qian M, Wang D, Watkins WE et al. The effects of iodine on intelligence in children: a meta-analysis of studies conducted in China. Asia Pac J Clin Nutr 2005; 14: 32–42
O hipertiroidismo, ou uma tiroide hiperativa, é quando a glândula produz e liberta hormonas tiroideias a mais na corrente sanguínea, acelerando o metabolismo do corpo.1 O hipertiroidismo tende a ocorrer em membros da mesma família, incindindo particularmente nas mulheres jovens.1 Pouco se sabe sobre por que motivo indivíduos específicos têm esse risco aumentado.1
Se sofre de hipertiroidismo, então é provável que perca peso, mesmo que esteja a comer normalmente ou até mesmo mais do que antes.1 Também poderá ter uma frequência cardíaca acelerada.1
Principais sintomas do hipertiroidismo
Tenha atenção aos seguintes sintomas:1,2
Batimento cardíaco acelerado (frequentemente mais de 100 batimentos por minuto)
Nervosismo e/ou irritabilidade
Perda de peso sem alterações na dieta
Olhos salientes e fixos (típicos da doença de Graves)
Fraqueza muscular, especialmente nos braços e coxas
Aumento da transpiração
Evacuações frequentes
Períodos menstruais mais curtos ou menos frequentes
Mãos trémulas
Cabelos quebradiços e finos
Pele lisa e fina
É importante que os sintomas do hipertiroidismo não sejam deixados sem tratamento, pois podem ocorrer complicações graves. Além disso, o hipertiroidismo aumenta o risco de osteoporose (perda da massa óssea) e das fraturas ósseas, estando esse risco aumentado nas mulheres em menopausa.4
A presença dos sintomas de forma individual não é um meio seguro para afirmar se sofre de hipertiroidismo – exames físicos e de sangue são necessários devendo sempre consultar o seu médico.
Quem está em risco?
Indivíduos com hipertiroidismo na família5
Mulheres5
As mulheres que estiveram recentemente grávidas5
Indivíduos com mais de 60 anos5
Indivíduos com uma doença autoimune (como a Diabetes tipo 1)5
Fumadores6
Indivíduos com uma ingestão excessiva de hormonas tiroideias5
Indivíduos com ingestão excessiva de iodo5
Doentes que tomam medicamentos contendo iodo, que interferem com as hormonas tiroideias6
Indivíduos com uma lesão na tiroide (incluindo a cirurgia)6
Diagnóstico das disfunções da tiroide
As disfunções da tiroide podem ser confirmadas pelo seu médico através de um simples exame de sangue para verificar o nível da hormona estimulante da tiroide (TSH) e das hormonas tiroideias no sangue.1
Se está preocupado em saber se pode estar em risco de sofrer de problemas da tiroide, por favor fale com o seu médico. Para apoio na sua consulta, descarregue o nosso Diário de Bem-Estar para o ajudar a manter uma verificação dos sintomas que eventualmente possa apresentar, ou experimente o nosso Avaliador de Sintomas das disfunções da tiroide.
Qual o tratamento para o hipertiroidismo?
De acordo com o tipo de hipertiroidismo, a sua idade e estado de saúde, e quão grave é a hiperatividade da sua tiroide, o seu médico irá optar por um tratamento mais adequado para o seu caso.
Os fármacos antitiroideus evitam que a glândula da tiroide produza novas hormonas tiroideias.1 Em alternativa, o tecido tiroideu pode ser destruído usando iodo radioativo ou removendo cirurgicamente a tiroide, no todo ou em parte.1 O hipotiroidismo resultante é então tratado com a medicação apropriada.1,7
De que forma as hormonas tiroideias têm impacto no seu coração?
O coração é um grande alvo das hormonas da tiroide. Qualquer alteração nos níveis das hormonas tiroideias pode ter impacto a nível cardiaco.
Demasiadas hormonas da tiroide têm como consequência uma tiroide hiperativa (hipertiroidismo) podendo causar:8
Uma frequência cardíaca elevada e mais forte, que pode levar a palpitações e fibrilhação auricular (batimento cardíaco irregular)
Pressão arterial mais alta
Sem tratamento, uma tiroide hipoativa ou hiperativa pode agravar qualquer doença cardíaca pré-existente ou causar novas condições.
O hipertiroidismo ligeiro afeta o coração do idoso
O hipertiroidismo ligeiro é observado em 0,7-12,4% da população.9 Doentes com tiroide hiperativa são designados em duas categorias: doentes com TSH baixa, porém detetável, e doentes com TSH indetetável.10 Doentes com TSH indetetável correm maior risco em desenvolverem problemas cardíacos como a fibrilhação auricular, que é uma arritmia com batimento cardíaco irregular que provoca má circulação sanguínea. Isto é mais frequente em idosos com um diagnóstico posterior e doença cardíaca pré-existente.9
As normas norte-americanas recomendam que doentes com idade superior a 60 anos com valores de TSH indetetáveis sejam tratados.10 Para doentes mais jovens sem sintomas, parece apropriado o controlo frequente.10
Thyroid Foundation of Canada. The heart and the thyroid gland. Disponível em http://www.thyroid.ca/e6a.php. Acedido em Fevereiro 2017
Biondi B, Cooper DS. The clinical significance of subclinical thyroid dysfunction. Endocr Rev 2008; 29: 76–131.
Bahn RS, Burch HB, Cooper DS et al. Hyperthyroidism and other causes of thyrotoxicosis: management guidelines of the American Thyroid Association and American Association of Clinical Endocrinologists. Endocr Pract 2011; 17: 456–520
Hipotiroidismo, ou uma glândula tiroide pouco ativa, é uma condição comum.1 É causado quando a glândula tiroide não produz hormonas tiroideias suficientes. Esta subprodução de hormonas atrasa o metabolismo do corpo, muitas vezes deixando os doentes com sensação de frio, cansaço e depressão.2 Se sofre de hipotiroidismo, é possível ter que ocorra aumento de peso, mesmo seguindo uma dieta saudável e praticar exercício regularmente.1
Principais sintomas do hipotiroidismo
Os sintomas do hipotiroidismo são desagradáveis e podem afetar a autoestima, o trabalho e a vida familiar.1-4
Os sintomas incluem:
Fadiga/sonolência
Intolerância ao frio
Ganho de peso ou maior dificuldade para perder peso (apesar de uma dieta saudável e prática de exercício físico)
Depressão
Prisão de ventre
Períodos menstruais anormais ou problemas de fertilidade
Problemas articulares ou musculares
Unhas e cabelo fino e quebradiço e/ou pele seca
Diminuição da libido
Se não tratado, o hipotiroidismo pode causar complicações mais graves e até mesmo tornar-se fatal. As complicações graves do hipotiroidismo incluem:
Pode levar os doentes a entrar em coma1
Insuficiência cardíaca1
Depressão grave com risco de vida1
Coma1
Risco aumentado de doença de Alzheimer, em mulheres5
Quem está em risco?
As mulheres são geralmente mais propensas a desenvolver hipotiroidismo, especialmente durante a gravidez, após o parto e no período da menopausa6
Idosos 6
Indivíduos com história familiar de doenças autoimunes6
Indivíduos com doenças autoimunes e.g. a Diabetes tipo 1 ou artrite reumatoide6
Indivíduos com depressão 6
Doentes submetidos a tratamento de radiação ou cirurgia da tiroide6
População caucasiana e asiática6
Diagnóstico das disfunções tiroideias
Muitas pessoas permanecem não diagnosticadas com problemas de tiroide e sofrem por um longo tempo já que os seus sintomas são confundidos com os de outras condições, como a depressão ou aumento de peso. As disfunções da tiroide podem ser confirmadas pelo seu médico através de um simples exame de sangue.6
Se está preocupado em saber se pode estar em risco de sofrer de problemas da tiroide, por favor fale com o seu médico. Para apoio na sua consulta, descarregue o nosso Diário de Bem-Estar para o ajudar a manter uma verificação dos sintomas que eventualmente possa apresentar, ou experimente o nosso Avaliador de Sintomas das disfunções da tiroide.
Qual o tratamento para o hipotiroidismo?
O tratamento do hipotiroidismo está bem estabelecido e é eficaz.6 Como não há cura para o hipotiroidismo, o objetivo do tratamento é substituir as hormonas tiroideias ausentes no corpo.6 Através da toma diária, a levotiroxina (hormona tiroideia produzida sinteticamente) é o tratamento adequado e permite que os doentes tenham uma vida sem sintomas.6
Se lhe foi diagnosticado hipotiroidismo, é importante lembrar que o tratamento passa por um compromisso ao longo da vida e de que a medicação terá de ser tomada todos os dias, mesmo quando os seus sintomas estão controlados.6 Isto pode parecer um pouco assustador, mas cumprindo com a toma do seu medicamento é possível permanecer sem sintomas.6 É aconselhável consultar o seu médico com mais frequência se ocorrer qualquer alteração na sua condição.
De que modo as hormonas tiroideias têm impacto no seu coração
O coração é um grande alvo das hormonas da tiroide.
Uma diminuição das hormonas tiroideias tem como consequência uma tiroide hipoativa (hipotiroidismo) podendo causar:7
Aumento dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (colesterol “mau”), colesterol total e triglicéridos
Aumento da pressão arterial
Frequência cardíaca baixa (menos de 60 batimentos por minuto)
Aumento da rigidez das paredes dos vasos sanguíneos
Hipotiroidismo ligeiro provoca agravamento nas doenças cardíacas
O hipotiroidismo ligeiro afeta 4 a 20% da população e é mais comum em mulheres do que em homens.8 As pessoas mais velhas são mais propensas a sofrer de uma tiroide ligeiramente inativa.6 Se sofre de uma doença cardíaca e tem uma tiroide ligeiramente inativa, então é vital que a sua tiroide volte a ter um funcionamento normal. A presença de ambas as doenças está associada a um risco aumentado de morte por doença cardíaca.9
Razvi S, Weaver JU, Pearce SH. Subclinical thyroid disorders: significance and clinical impact. J Clin Pathol 2010; 63: 379–386 Iervasi G, Molinaro S, Landi P et al. Association between increased mortality and mild thyroid dysfunction in cardiac patients. Arch Intern Med 2007; 167: 1526–1532
A escassez de iodo na dieta é a causa número um no mundo de uma tiroide aumentada (vulgarmente conhecida como “bócio”).1 De facto, cerca de 700 milhões de pessoas no planeta são afetadas por uma deficiência de iodo.2
Como reconhecer o bócio
O bócio forma-se quando a tiroide tenta compensar a deficiência de iodo e por sua vez a baixa ou ausência total de produção de hormonas tiroideias. Nesse processo, o volume da tiroide aumenta gradualmente, atingindo uma dimensão superior ao normal.1
Uma pessoa com uma tiroide substancialmente aumentada pode ter problemas em engolir e respirar.3
American Association of Clinical Endocrinologists (AACE) recomenda o chamado “teste de pescoço” para ajudar as pessoas a reconhecerem um possível aumento de dimensão da tiroide.4
A classificação visual simples pode ser imprecisa – principalmente devido à possibilidade de erro humano e variações na anatomia individual (por exemplo, um pescoço musculado pode ocultar uma tiroide aumentada) – e não deve de forma alguma servir como um substituto para um diagnóstico específico realizado por um médico.
Como reconhecer um nódulo
Os nódulos da tiroide são crescimentos anormais de tecido sobre a glândula da tiroide.5 Algumas pessoas desenvolvem um só nódulo enquanto outras desenvolvem muitos.5 Os nódulos da tiroide são relativamente comuns, com quase metade de todas as pessoas com pelo menos um nódulo quando atingem os 60 anos.5 Assim como ocorre com a formação do bócio, a formação de nódulos da tiroide pode ser causada por insuficiência de iodo na dieta.6
Os nódulos da tiroide são classificados nos exames por “quentes”, “mornos” ou “frios”. Se um nódulo não produz iodo, aparecerá “frio” na leitura. Aqueles que produzem iodo aparecerão mais escuros e são chamados de “quentes”. Aproximadamente 85% dos nódulos são “frios”, 10% são “mornos” e 5% são “quentes”. Destes, 85% dos nódulos “frios” são benignos (não cancerígeno), assim como 90% e 95% dos nódulos “mornos” e “quentes”, respetivamente.7
Inicialmente, a maioria dos nódulos tiroideus não causam sintomas visíveis.6
Frequentemente não são descobertos até afetuar um exame médico de rotina, como exames de tomografia computorizada (TC) ou ecografia do pescoço, feitos por razões não relacionadas.6 À medida que os nódulos tiroideus crescem, os seguintes sintomas podem ocorrer (embora seja bastante raro):
Dificuldade em engolir ou dor ao engolir6
Dificuldade em respirar6
Rouquidão6
Sintomas de hipertiroidismo5
Após o aparecimento de dificuldades respiratórias, deve consultar um médico de imediato (uma vez que estes sintomas são possíveis sinais de nódulos de rápido crescimento, aumento ou inflamação da tiroide). Se acredita que um nódulo se formou na sua tiroide, poderá realizar o chamado “teste de pescoço”, conforme estabelecido pela American Association of Clinical Endocrinologists.4
Diagnóstico e tratamento
Depois de um simples exame físico por um médico, uma amostra de sangue é colhida para determinar se há uma quantidade suficiente de TSH na corrente sanguínea.1 Esta hormona é um indicador do funcionamento da tiroide. A ecografia é realizada para determinar o tamanho real dos nódulos e da tiroide.1 Este exame é completamente indolor. Outros métodos para examinar os nódulos incluem uma leitura com iodo radioativo e biópsia com uma agulha fina.1
Qual o tratamento para o bócio e os nódulos?
Nem todos os bócios e nódulos necessitam de tratamento.3 Dependendo do tipo e tamanho, o desenvolvimento dos mesmos pode requerer apenas uma observação feita regularmente. Em geral, existem três tipos de tratamento. A escolha da terapêutica depende do diagnóstico de cada doente. O objetivo principal do tratamento é diminuir a dimensão da tiroide aumentada e os nódulos.
Tratamento com medicação
Para bócios e nódulos que ocorrem devido a uma deficiência de iodo, a suplementação com iodo poderá ser dada.1 Se o bócio é devido à tiroidite de Hashimoto e se sofrer de hipotiroidismo, será prescrita levotiroxina (hormona tiroideia produzida sinteticamente) para restaurar os seus níveis de hormonas tiroideias.1 Quando os bócios e os nódulos são acompanhados por hipertiroidismo (por exemplo, como no caso de nódulos “quentes”), será prescrita medicação adicional.1
Terapêutica com radioiodo
O radioiodo é administrado numa base única, por via oral . O radioiodo entra na tiroide através da corrente sanguínea, onde é armazenado e provoca a diminuição do tecido da tiroide devido à radiação de curto alcance.3
Cirurgia da tiroide
A tiroide poderá ser parcial ou completamente removida se um bócio ou nódulos causar um desconforto acentuado. Como procedimento seguinte à cirurgia, é necessário um tratamento com terapia de substituição (isto é, levotiroxina) para substituir a produção de hormona da tiroide.3
Independentemente da terapia específica para cada caso – e de forma a ajudar na prevenção de disfunções da tiroide – deve sempre garantir a ingestão adequada de iodo na sua dieta.
Na maioria das áreas do mundo, a incidência de cancro da tiroide tem aumentado nas últimas décadas, mas a mortalidade relacionada com o mesmo tem vindo a diminuir.1 As taxas de incidência em países com elevado rendimento são o dobro daquelas obtidas em países de baixo e médio rendimentos.1
Tipos de cancro da tiroide
Os cancros da tiroide são classificados de acordo com o tipo de cancro, o seu tamanho e sua tendência em disseminar.2 O cancro da tiroide é geralmente tratável e pode ser curado pela cirurgia e, se indicado, iodo radioativo.3 Existem quatro tipos principais de cancro da tiroide:3
Carcinoma papilar é o tipo mais comum, representando 70-80% dos casos e pode ocorrer em qualquer idade. É um tumor de crescimento lento com tendência a alastrar pelos gânglios linfáticos no pescoço.3
Carcinoma folicular, que compreende de 10% a 15% de todos os cancros da tiroide, também tem um crescimento lento, podendo se espalhar pelos gânglios linfáticos, pela corrente sanguínea e pelos tecidos mais distantes, incluindo os ossos e os pulmões.3
Carcinoma medular representa cerca de 2% de todos os cancros da tiroide, 25% dos quais de causa genética, e está associado a outros tumores endócrinos . Portanto, os membros da família de um doente com cancro da tiroide medular devem realizar um exame de deteção de mutação genética.2,3
Carcinoma anaplásico é a forma mais agressiva de cancro da tiroide e representa menos de 2% dos casos. É um tumor de rápido crescimento que se propaga rapidamente e de difícil tratamento.3
Como é diagnosticado o cancro da tiroide?
O cancro da tiroide geralmente desenvolve-se em caroços ou nódulos sem causar sintomas.3 Os nódulos são frequentemente detetados acidentalmente, por exemplo, por tomografia computorizada ou ecografia realizados por outros motivos.3 O exame da tiroide é realizado por ultrassom à tiroide.3 O exame microscópico da amostra do tecido retirada por biópsia através de aspiração com uma agulha fina, irá revelar se existem células cancerígenas e, no caso do diagnóstico, identificar o tipo de cancro.3 Felizmente, menos de um em cada 10 nódulos são cancerígenos.3
O diagnóstico de cancro da tiroide é um choque e geralmente é seguido por uma avalanche de emoções, como tristeza, medo, raiva e desamparo. Saber mais sobre a sua doença e os cuidados médicos disponíveis podem ajudar a superar o seu medo e qualquer sentimento de desamparo, e permitir também que tome uma parte ativa no processo de tratamento. A boa notícia é que o cancro da tiroide pode ser tratado e na maior parte das vezes curado.
Tratamento do cancro da tiroide
De acordo com a American Thyroid Association, o tratamento primário para todas as formas de cancro da tiroide é a remoção através de cirurgia de parte ou integralmente da glândula tiroide.3 Se o tumor já se espalhou para os gânglios linfáticos no pescoço ou tórax superior, os gânglios linfáticos também deverão ser removidos.3 Após a remoção da tiroide, será prescrita levotiroxina, uma hormona sintética biologicamente idêntica à tiroxina. Terá de tomar levotiroxina de forma permanente.3
Se o seu tumor é grande ou já se espalhou para outros tecidos, o seu médico provavelmente irá recomendar a terapia com iodo radioativo (RAI) após a cirurgia.3 A RAI irá matar as restantes células cancerígenas, mesmo aquelas em tecidos distantes.3 Na preparação para este tratamento, terá uma tiroide hipoativa quer por interromper o tratamento com levotiroxina ou injeção de TSH.3 Quanto menos iodo houver no seu corpo, mais eficaz será o tratamento.3 Fale com o seu médico sobre como equilibrar os potenciais riscos contra os benefícios deste tratamento.
Nos doentes em fase avançada do cancro da tiroide, a cirurgia e o tratamento RAI podem não funcionar. O seu médico irá propor radioterapia, quimioterapia ou uma combinação de ambos.3
Após o tratamento bem sucedido, exames de acompanhamento periódicos serão necessários para ter a certeza de que o tumor não voltou. Estes check-ups incluirão exames físicos e ecografia da área do pescoço e assim como exames laboratoriais. Os exames laboratoriais irão mostrar se está a receber a quantidade certa de levotiroxina e a controlar a presença de tiroglobulina. Após a remoção da tiroide e o tratamento RAI, o seu corpo não produzirá mais a proteína tiroglobulina (uma proteína produzida apenas na glândula tiroide). Se aparecer num exame laboratorial, então é provável que o seu cancro da tiroide tenha regressado.3
Nota: De acordo com a American Thyroid Association, os carcinomas papilares em doentes com idade inferior a 45 anos com um tumor de tamanho pequeno ou tumor confinado à glândula tiroide têm uma taxa de recuperação excelente.3 Para esses doentes, a taxa de sobrevivência em 10 anos é de 100%.3 Para todos os doentes com cancro da tiroide diagnosticados nos EUA entre 2006 e 2012, foi obtida uma taxa de sobrevivência de 5 anos para 98,1% dos casos.4
A tiroidite de Hashimoto é uma doença autoimune em que o sistema imunitário do corpo se volta contra si mesmo e ataca a tiroide.1 Isso leva à destruição gradual e a longo prazo da glândula tiroide e, portanto, níveis insuficientes de hormonas tiroideias.1 À medida que a doença progride, a tiroide produz menos hormonas tiroideias tendo como consequência o hipotiroidismo.1
Quem está em risco?
A tiroidite de Hashimoto é uma doença autoimune em que o sistema imunitário do corpo se volta contra si mesmo e ataca a tiroide.1 Isso leva à destruição gradual e a longo prazo da glândula tiroide e, portanto, níveis insuficientes de hormonas tiroideias.1 À medida que a doença progride, a tiroide produz menos hormonas tiroideias tendo como consequência o hipotiroidismo.1
Sintomas da doença de Hashimoto
Esta doença pode passar despercebida por muito tempo. No decurso da doença, a glândula tiroide atinge o seu ponto de exaustão, e poderá desenvolver hipotiroidismo com sintomas como:1,3
Fadiga, sonolência e/ou fraqueza
Intolerância ao frio
Dificuldade de concentração ou raciocínio
Depressão
Ganho de peso
Aumento do volume do pescoço ou presença de bócio, que pode ser um sintoma precoce e, numa fase posterior da doença, uma tiroide diminuída.
Períodos menstruais anormais ou irregulares
Prisão de ventre
Dores articulares ou musculares
Perda de cabelo
Pele seca
De que forma a tiroidite de Hashimoto é diagnosticada
Pessoas com tiroidite de Hashimoto frequentemente apresentam sintomas de hipotiroidismo, às vezes acompanhados pela presença de um bócio.3 Sintomas por si só não são uma prova absoluta desta doença. Exames laboratoriais são necessários para fazer um diagnóstico seguro. Se tem níveis altos de TSH no sangue e baixos níveis de T4 livre (tiroxina a circular livremente no sangue) provavelmente sofre de hipotiroidismo.4 Os anticorpos contra a peroxidase da tiroide, uma enzima envolvida na produção de hormonas tiroideias, são geralmente elevadas nos casos da tiroidite de Hashimoto.3
Tratamento para a doença
Se recebeu um diagnóstico de tiroidite de Hashimoto, o seu médico prescreverá terapêutica de substutuição das hormonas tiroideias .1 A maioria dos doentes com tiroidite de Hashimoto exigirá um tratamento vitalício com levotiroxina.3 Até encontrar a dose apropriada, particularmente no início, eventualmente serão necessários testes à TSH a cada 6-8 semanas após qualquer ajuste da dose, até que a dose correta seja determinada. Depois disso, o controlo da TSH uma vez por ano é geralmente suficiente.3
Tal como a tiroidite de Hashimoto, a doença de Graves é uma doença que causa hiperatividade da tiroide.1 Cerca de 25-40% dos doentes com doença de Graves apresentam sinais relevantes de oftalmopatia de Graves (inflamação e abaulamento dos olhos).3 No entanto, a doença de Graves acompanhada por oftalmopatia de Graves moderada a grave, ocorre apenas em menos de 5% dos doentes.2
Quem está em risco?
As mulheres com menos de 40 anos são especialmente propensas a desenvolver a doença de Graves.3 Os fumadores são mais propensos a ter doença de Graves e a problemas oculares do que os não-fumadores.3
Sintomas da doença de Graves
Esta doença pode passar despercebida por muito tempo, mas alguns dos sintomas abaixo indicados poderão ocorrer:1,4
Frequência cardíaca acelerada
Nervosismo e/ou irritabilidade
Ansiedade
Dificuldade para adormecer
Perda de peso sem mudança na dieta
Fraqueza muscular, especialmente nos braços e coxas
Aumento da transpiração
Evacuações frequentes
Períodos menstruais mais curtos ou menos frequentes
Mãos trémulas
Pele fina
Cabelo fino e quebradiço
Os sintomas da oftalmopatia de Graves incluem:1
Olhos vermelhos ou inflamados
Inchaço da pálpebra
Olhos proeminentes
Muito raramente, visão diminuída ou dupla
Diagnosticar a doença de Graves
O seu médico não pode ter a certeza se sofre ou não da doença de Graves apenas através dos sintomas. Para um diagnóstico definitivo serão necessários exames físicos e laboratoriais.1 Os indicadores incluem níveis baixos de TSH e níveis elevados de tiroxina livre.5 Para determinar a extensão do seu hipertiroidismo, também será realizado um teste de triiodotironina
Tratamento da doença de Graves
O seu médico discutirá consigo as melhores opções de tratamento para evitar que a glândula tiroide produza hormonas tiroideias em excesso.
Os medicamentos antitiroideus permitem controlar o hipertiroidismo inibindo a síntese das hormonas da tiroide. Este tratamente deve durar entre 6 meses a 2 anos.5
A destruição do tecido da tiroide pela radiação de iodo radioativo é outra opção, mas levará de 6 a 18 semanas antes que o benefício seja alcançado5
A terceira opção é remover total ou parcialmente a glândula tiroide através de cirurgia.5
As duas últimas opções podem provocar hipotiroidismo a longo prazo.5 Os seus níveis de hormonas da tiroide serão então restaurados para o nível normal, através da substituição da tiroxina.1 Se sofre dos sintomas da doença de Graves (como a frequência cardíaca acelerada, ansiedade, dificuldade para adormecer e perda de peso), o seu médico poderá prescrever temporariamente fármacos betabloqueantes, o que fará com que se sinta melhor num curto espaço de tempo.4,5 Os check-ups regulares garantem o sucesso do tratamento por um longo período.
Ginsberg J. Diagnosis and management of Graves’ disease. CMAJ 2003; 168: 575–585
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