Todos os anos, a Semana Internacional da Tiroide, uma iniciativa da Thyroid Federation International que conta com o apoio da Merck, escolhe um tema. E tendo em conta a crescente popularidade das ferramentas de saúde digital, e as suas vantagens para médicos e doentes, não é surpresa que este ano tenha decidido mergulhar num tema que está a transformar vidas: a inteligência artificial. Num mundo onde os smartphones são extensões das nossas mãos, a saúde da tiroide começa a entrar na era digital.
Ninguém contesta o seu potencial impacto. De facto, as ferramentas de saúde digital podem ajudar a melhorar a gestão deste tipo de distúrbios da tiroide, assim como os resultados do tratamento. De que forma? Não só permitem que o doente seja o protagonista da sua saúde, como contribuem ainda para tratamentos personalizados que se adaptam ao seu corpo e estilo de vida.
A telemedicina
Exemplos não faltam e um dos mais conhecidos é o das plataformas de telemedicina, que pode melhorar significativamente o acesso do doente ao tratamento da doença da tiroide. A conveniência que proporciona, ao eliminar a necessidade de viagens de longa distância, ao reduzir o tempo e os custos associados ao acesso aos cuidados de saúde e ao permitir a monitorização contínua e o acompanhamento de cuidados à distância de alguns cliques, é inegável, ainda que esta possa não ser uma realidade acessível a todos.
Afinal, os desafios tecnológicos ainda criam muros invisíveis para muitos doentes, pelo que ultrapassar estes desafios vai permitir aumentar a acessibilidade e a eficácia do tratamento das doenças da tiroide em todo o mundo, garantindo soluções de saúde mais equitativas e centradas no doente.
Os wearables
Os dispositivos wearable, como os smartwatches, oferecem algo extraordinário: monitorização contínua e em tempo real. Atualmente, este tipo de dispositivos já consegue monitorizar vários parâmetros que impactam a saúde de quem vive com doenças da tiroide, e que antes só seriam conhecidos em ambiente clínico, como:
– as alterações na frequência cardíaca, muitas vezes o primeiro sinal silencioso de desequilíbrios na tiroide, são agora detetadas instantaneamente. O smartwatch não apenas as regista, mas alerta o utilizador quando algo está fora do normal, permitindo intervenção imediata.
– o wearable compreende os padrões únicos de movimento, identificando quando a fadiga, característica dos problemas da tiroide, afeta o dia-a-dia, ajudando a calibrar tratamentos que realmente se adaptam ao estilo de vida de cada um.
– os padrões de sono, impactados também por este tipo de doenças. Aqui, a recolha de informação fornece dados que permitem ajustar medicações e rotinas para recuperar noites tranquilas.
– os níveis de stress, alertando os doentes quando estes aumentam e guiando-os através de técnicas de respiração ou meditação adaptadas às suas necessidades.
Mas uma das suas maiores vantagens é mesmo a grande quantidade de dados que recolhem. A inteligência artificial integrada nestes dispositivos processa continuamente o universo das informações recolhidas, identificando padrões invisíveis. Cada minuto de dados contribui para um plano de tratamento verdadeiramente personalizado, baseado no perfil único de cada doente.
Mais importante ainda, esta tecnologia coloca o doente no centro do seu tratamento. Ao visualizar seus próprios dados e compreender as relações entre as suas atividades diárias e os sintomas, torna-o parceiro ativo na gestão da sua saúde, aumentando a adesão aos tratamentos e, consequentemente, o seu bem-estar geral.
Aplicações para telemóveis
Há aplicações para vários fins e objetivos, como as especificamente concebidas para a gestão de medicamentos, que não apenas emitem lembretes precisos, mas transformam a rotina medicamentosa numa experiência sem stress, eliminando esquecimentos e garantindo que cada dose é tomada no momento exato para maximizar a sua eficácia.
Não só a adesão à medicação é fundamental para alcançar resultados de saúde ótimos, mas viver com uma doença crónica é mais do que apenas tomar medicamentos, sendo também essencial que os dentes se mantenham atualizados sobre a condição, os seus gatilhos e mudanças, bem como receber apoio para controlar os seus muitos sintomas. Aqui, as aplicações podem oferecer orientação e apoio, de forma imediata e simples.
Há ainda a referir os portais do doente, que transformam fragmentos dispersos de informação médica num panorama completo da sua saúde. Cada exame e cada resultado passam a estar acessíveis com um toque, permitindo que o doente acompanhe a sua evolução e participe ativamente nas decisões sobre o seu tratamento com conhecimento de causa.
Ou os fóruns de apoio online. De facto, um dos aspetos mais transformadores desta tecnologia é a conexão humana que proporcionam, juntando pessoas com o mesmo tipo de problemas e proporcionam um sentido de comunidade e partilha de experiências.
Mais do que fornecerem dados, estas ferramentas são uma forma importante de reduzir a solidão e o isolamento que acompanham a vida com uma doença crónica.
As hormonas são fundamentais para uma vida saudável. Porquê? Porque são os maestros de muitas funções corporais: não só determinam o nosso desenvolvimento e crescimento, a forma como o nosso corpo lida com os alimentos que consumimos, a nossa função sexual e fertilidade e os nossos processos cognitivos, como impactam ainda o bem-estar geral.
O que significa que quando os sistemas hormonais estão desequilibrados ou falham podem ocorrer uma série de problemas, como os distúrbios da tiroide, que estão entre os maiores desafios do nosso tempo.
Embora certos problemas relacionados com as hormonas tenham origem genética ou congénita, a ocorrência de doenças como o hipotiroidismo pode, em muitos casos, ser prevenida. O que reforça a importância de dar atenção à nossa saúde hormonal.
E como deve ser feita esta prevenção? Sobretudo através do nosso estilo de vida, de um ambiente mais saudável e, em alguns casos, complementando a dieta diária com componentes benéficos, como o iodo.
Uma jornada através de décadas
Se é mulher, a sua relação com as hormonas é ainda mais intensa. O seu corpo atravessa verdadeiras montanhas-russas hormonais que os homens nunca vão sentir e cada década traz os seus próprios desafios e oportunidades.
Os 20 anos
A casa dos 20 anos é uma altura em que os padrões hormonais estão a estabilizar, depois da tempestade hormonal que caracteriza a adolescência, e é também o momento em que os distúrbios da tiroide se podem tornar aparentes pela primeira vez, sendo importante estar atento a sintomas como: períodos irregulares ou ausentes, aumento inesperado de peso, alterações na pele, fadiga ou sensibilidade à temperatura.
Esta é a década dourada para criar hábitos que vão proteger a saúde para toda a vida. Exercício regular, gestão do stress e uma alimentação equilibrada são os melhores investimentos.
Os 30 anos
A terceira década de vida traz consigo outras questões associadas às hormonas, sobretudo para as mulheres que estão a considerar começar ou aumentar uma família. E mudanças na função da tiroide, sobretudo após a gravidez. E uma vez que as hormonas da tiroide afetam tudo, desde o metabolismo ao humor e níveis de energia, quaisquer sintomas de fadiga, alterações de peso ou distúrbios de humor merecem atenção.
Os 40 anos
Os 40 anos assinalam, para muitas mulheres, o início da perimenopausa, a fase de transição que leva à menopausa. Nesta altura, os níveis hormonais podem variar de forma imprevisível, o que pode causar vários sintomas, como alterações no ciclo menstrual, ondas de calor, suores noturnos, distúrbios do sono e alterações de humor.
O seu metabolismo pode abrandar durante esta década, em parte devido a alterações hormonais e também devido aos processos naturais de envelhecimento. Ajustar a nutrição e rotina de exercício torna-se importante.
Os 50 anos
Com os 50 anos vem a menopausa, um marco hormonal significativo, que assinala o fim dos anos reprodutivos e o início de um novo capítulo quando se fala das hormonas. Mas seja qual for o momento em que se encontra, a saúde hormonal não é um luxo, mas uma necessidade. O importante é ter informação que permita compreender as mudanças que ocorrem no seu corpo e que ajude na tomada de decisões informadas sobre a saúde e bem-estar.
O hipotiroidismo, distúrbio da tiroide que se caracteriza por um défice na produção de hormonas tiroideias, é uma doença que pode causar vários e diferentes sintomas, muitas vezes inespecíficos, que simulam outros problemas de saúde: A doença muscular é um destes.
Conhecida como miopatia do hipotiroidismo, é também muito frequente: estima-se que esteja presente em 30% a 80% dos casos, manifestando-se através de fraqueza muscular e dor ou rigidez muscular.
Isto porque as hormonas produzidas pela tiroide desempenham um papel essencial no metabolismo, no crescimento e na função dos órgãos, sendo ainda reguladoras do consumo de energia no sistema músculo-esquelético. O que significa que os músculos das coxas, ancas, ombros e pescoço são muitas vezes afetados, com impacto na realização de atividades como subir escadas, levantar-se de uma posição sentada ou levantar objetos.
O hipotiroidismo por tratar pode mesmo conduzir a uma doença muscular grave, com limitações consideráveis. A boa notícia é que há formas de reduzir o impacto deste sintoma, que podem passar pela realização de reabilitação para a miopatia, que visa melhorar a força muscular e a resistência através de intervenções direcionadas.
Caberá a um fisioterapeuta avaliar a força muscular, a amplitude de movimento, o equilíbrio e as capacidades funcionais do doente, identificando as áreas a abordar num plano de tratamento individualizado para dar resposta a essas mesmas incapacidades.
O exercício é a base da reabilitação da miopatia associada ao hipotiroidismo, e pode ajudar a melhorar a força muscular, a resistência e a mobilidade, através da realização de exercícios de treino de força, aeróbica, flexibilidade e equilíbrio.
Sendo a fadiga um dos sintomas mais comuns do hipotiroidismo, os doentes devem aprender também técnicas de conservação de energia para ajudar a gerir as suas atividades diárias de forma mais eficiente. Isto pode passar por priorizar tarefas ou usar equipamentos e dispositivos de assistência capazes de reduzir o esforço físico.
Quando existem dificuldades em caminhar, associada à miopatia, os exercícios de treino de marcha podem ser importantes, assim como o treino funcional, que melhoram a capacidade do doente de realizar atividades da vida diária de forma independente.
Finalmente, é importante não esquecer a partilha de informação sobre o impacto que o hipotiroidismo tem na função muscular, a importância da adesão à medicação e às recomendações de estilo de vida, cabendo aos doentes um papel ativo na gestão da sua condição e na manutenção do progresso da sua reabilitação.
O que é que a tiroide tem a ver com o ciclo menstrual? A pergunta encontra resposta nas hormonas produzidas pela pequena glândula em forma de borboleta, que ajudam a controlar esse ciclo, como de resto ajudam no controlo e manutenção de muitas outras funções do organismo.
Uma produção de hormonas acima do normal, assim como abaixo, pode ser responsável por uma menstruação muito ligeira, mais intensa ou irregular. As doenças da tiroide podem ainda fazer com que a menstruação pare por completo durante vários meses ou mais, o que é conhecido como amenorreia.
A ciência já confirmou que o hipotiroidismo, que surge quando a tiroide produz hormonas abaixo dos níveis considerados normais, impacta os ovários. E fá-lo de várias formas:
– impedindo que estes produzam progesterona, uma hormona que pode diminuir o fluxo menstrual;
– reduzindo a sua capacidade de coagulação ou de estancar hemorragias, o que se traduz em menstruações intensas, desconfortáveis e inconvenientes todos os meses, e é um sintoma comum em muitas pessoas com este distúrbio;
– perturbando as hormonas da hipófise, que priva os folículos ováricos da hormona tiroideia de que necessitam para se desenvolver;
– impactando a sensibilidade à insulina, que é uma das razões pelas quais a doença da tiroide está associada à síndrome dos ovários poliquísticos;
– reduzindo a globulina transportadora de hormonas sexuais (SHBG), uma proteína que transporta hormonas reprodutivas por todo o corpo, o que provoca uma maior exposição ao estrogénio e, portanto, menstruações intensas.
Mas o hipotiroidismo pode também causar hemorragia menstrual frequente, ou seja, períodos menstruais mais longos ou com maior frequência e pode ainda dar origem a ciclos pouco frequentes, o mesmo é dizer, a falhas na menstruação.
E uma vez que a falta de hormonas tiroideias pode impedir a ovulação, ter problemas de tiroide tem também impacto nos planos de constituir família, dificultando a gravidez.
As doenças da tiroide provocam vários sinais e sintomas e a queda de cabelo, problemas na pele e enfraquecimento das unhas podem ser alguns deles. Situações que podem estar associadas a outras patologias ou até mesmo fases de vida, como a menopausa ou o pós-parto, nas quais o hipotiroidismo e o hipertiroidismo têm um papel significativo.
Perda de cabelo
O cabelo passa por fases de crescimento e de repouso. No entanto, os folículos capilares estão em fases diferentes, pelo que a perda de cabelo é contínua, mas equilibrada pelo crescimento de novos cabelos.
Geralmente, só as formas graves de hipotiroidismo e hipertiroidismo provocam queda de cabelo em todo o couro cabeludo, tornando-se apenas visível alguns meses depois. Isto porque, durante a doença, os folículos capilares entram numa fase de repouso e deixam de crescer.
Ainda assim, aquando do tratamento destes distúrbios da tiroide, o cabelo volta a crescer, embora ainda demore vários meses e possa ser incompleto. Por isso, não desanime! No entanto, é de notar que o próprio tratamento pode ser a causa da queda do cabelo. Esta situação acontece raramente, mas esteja atento. Avalie com o seu médico a verdadeira origem e o melhor caminho a seguir.
No hipotiroidismo, o cabelo pode apresentar-se mais seco, quebradiço e de crescimento lento.
Especificamente no hipertiroidismo, pode manifestar-se mais frequentemente a alopecia areata, que resulta em perda de cabelo sem cicatrizes, ou o chamado cabelo anelado, isto é, tem uma aparência salpicado ou em faixas, alternado em cores mais claras e mais escuras.
Alterações cutâneas
A pele tem um papel muito significativo na nossa qualidade de vida, mas também sofre com as doenças da tiroide, associada à desregulação destas hormonas.
Aquando da presença de hipotiroidismo, o doente pode ter pele extremamente seca, pálida ou amarelada e fria, com aparência escamosa; pele espessa nas palmas das mãos e solas dos pés; doenças de pele mais graves, como erupções cutâneas em forma de anel com clareamento central nas nádegas, coxas e braços; desenvolvimento de vitiligo, isto é, áreas de pigmentação e de hipopigmentação;
Já no hipertiroidismo, ocorre um aumento da circulação sanguínea, causando uma sensação de calor e vermelhidão, nomeadamente na cara e mãos; pode também ter a pele mais fina, prurido e eczema.
Modificações nas unhas
As unhas, por sua vez, também são afetadas pelas doenças da tiroide. No hipotiroidismo, a manifestação mais comum é o enfraquecimento, o seu crescimento mais lento e o afinamento da unha.
No hipertiroidismo, o doente pode sofrer de onicólise, isto é, quando a unha se separa, parcialmente, da pele do dedo.
Em suma, o cabelo, a pele e as unhas sofrem também com as doenças da tiroide, pelo que é importante manter os cuidados e garantir que estão a ser tratados corretamente. Se ainda não foi diagnosticado, mas sente que tem sintomas, pode recorrer ao Avaliador de Sintomas da Thyroid Aware.
A tiroidite pode afetar todas as pessoas, com maior influência em populações com determinadas características de risco. A gravidez pode ser um desses momentos.
De facto, no primeiro ano seguinte ao parto, a inflamação da glândula da tiroide pode ocorrer nas mulheres com algumas características. E quais são? Mulheres com anticorpos antitiroidianos positivos, com doenças autoimunes, histórico de disfunção tiroidiana prévia, histórico de tiroidite pós-parto anterior e histórico familiar de disfunção tiroidiana correm um risco maior de desenvolver tiroidite pós-parto
Esta doença causa hipertiroidismo, isto é, altos níveis de produção de hormona tiroideia no sangue, e hipotiroidismo, ou seja, baixos níveis de produção de hormona tiroideia. Na gravidez, ocorrem as duas fases sequencialmente, mas depende de cada caso.
A fase de hipertiroidismo pode causar ansiedade, fadiga, insónias, palpitações, perda de peso e irritabilidade. Todos estes sintomas podem ser confundidos com as mudanças do pós-parto e à existência de um bebé, pelo que são muitas vezes negligenciados.
Já a fase do hipotiroidismo decorre entre os 4 e 8 meses após o parto e dura entre 9 a 12 meses. Os principais sintomas são a fadiga, ganho de peso, depressão, obstipação, pele seca e baixa tolerância ao exercício. A maioria das mulheres recupera desta fase, no entanto, cerca de 20% mantém-se com hipotiroidismo.
Para diagnosticar e tratar adequadamente esta disfunção tiroideia, as grávidas devem ser acompanhadas e monitorizadas durante a gestação e no período pós-parto. Ainda assim, pode consultar o Avaliador de Sintomas, uma ferramenta útil que lhe sintetizará todos os seus sinais para si e para o seu médico.
As doenças da tiroide ocorrem maioritariamente em famílias, pelo que a genética tem um impacto e influência forte nestas patologias, sobretudo quando se trata do cancro.
Já se verificou um grande avanço nos testes genéticos nesta área, com descobertas significativas, mas ainda há um longo caminho a percorrer para determinar o papel da genética na função e na doença da tiroide.
O teste genético pode ser importante quando algum familiar tenha sido diagnosticado com cancro da tiroide. O historial familiar aumenta a probabilidade e o risco de também vir a desenvolver esta patologia, pelo que saber o mais cedo possível pode ser determinante para o seu prognóstico. Além disso, os testes genéticos são também fundamentais para orientar decisões de tratamento e determinar a remoção cirúrgica dos nódulos da tiroide.
Estes testes são feitos através de sangue, saliva ou células do interior da bochecha. Após saber o resultado deste teste, e se for positivo para um elevado risco de desenvolver cancro da tiroide, é recomendado fazer exames de rotina e ser acompanhado regularmente por um especialista para conseguir ser diagnosticado precocemente e tratado com sucesso.
Além da componente hereditária, quais são os outros fatores de risco? A idade, o género, a exposição à radiação e a doença de Cowden são algumas das características a ter em conta.
O cancro da tiroide pode causar alguns sintomas, como um caroço, inchaço ou dor na zona frontal do pescoço, rouquidão ou alterações na voz, dificuldade em engolir ou respirar e tosse constante.
A tiroide tem impacto em todas as partes do nosso corpo. Mas qual será o impacto direto no coração?
É a tiroide que influencia a força e a velocidade dos batimentos cardíacos, o que significa que o seu mau funcionamento pode levar ao agravamento da doença cardíaca ou até causar problemas que se “disfarçam” de doença cardíaca. Por isso, é tão importante diagnosticar e determinar a verdadeira origem e causa dos seus sintomas, que tanto podem ser causados pela tiroide como pelo seu sistema cardiovascular.
Por um lado, quando se fala de hipotiroidismo, sabe-se que esta doença baixa a frequência cardíaca e aumenta a pressão arterial e os níveis de colesterol. A juntar a estes sintomas, as dores musculares podem também ser um sintoma e uma causa frequentes.
Já no hipertiroidismo, o facto de existir um excesso da hormona tiroideia faz com que o coração bata mais forte e mais rápido, o que pode provocar ritmos cardíacos anormais, como a fibrilhação auricular. Além disso, pode provocar palpitações, isto é, uma perceção repentina do batimento cardíaco, e ainda pressão arterial. Todos estes fatores combinados podem culminar em dor no peito ou angina.
Se sentir algum destes sintomas relacionados com o coração ou outros, consulte o seu médico ou procure um especialista para ser acompanhado de forma adequada. Até lá, pode fazer um teste aos seus sintomas aqui: https://www.thyroidaware.com/pt/symptom-checker/
Localizada na parte frontal inferior do pescoço, a tiroide é uma glândula endócrina, em formato de borboleta, que produz hormonas para manter o corpo no seu perfeito funcionamento. No entanto, por vezes, esta glândula pode aumentar de tamanho, o chamado bócio, que pode ocorrer quando está a produzir uma grande quantidade de hormona (hipertiroidismo), quando está a produzir pouca quantidade de hormona (hipotiroidismo) e até quando está a produzir a quantidade certa (eutiroidismo).
Por isso, quando tal acontece, quer dizer que existe uma causa que está a fazer com que a glândula aumente. Mas o que causa o bócio? A causa mais comum é o défice de iodo. Isto porque a tiroide não consegue produzir hormona se não tiver iodo suficiente, o que faz com que tenha de ser estimulada, resultando no seu crescimento.
Por outro lado, também existem outras causas de desenvolvimento de bócio, como a tiroidite de Hashimoto, que provoca a destruição da glândula tiroideia, incapacitando-a de produzir hormonas – quando estimulada, aumenta o seu tamanho e provoca bócio. Ou ainda a doença de Graves, que é uma das principais causas, levando o sistema imunitário a produzir uma proteína que estimula e aumenta o tamanho da tiroide.
É verdade que existem outras origens de bócio, como infeção, lesão e inflamação da tiroide, ou até condições hereditárias, mas são muito menos frequentes.
O principal sintoma que o deve levar ao médico é um inchaço na zona frontal inferior do pescoço. Com ele, podem surgir ainda aperto na garganta, tosse, rouquidão, dificuldade em engolir e em respirar, tonturas, veias do pescoço muito salientes e respiração ruidosa.
Com tantas origens possíveis, é determinante ter um diagnóstico preciso e precoce, pelo que, em primeiro lugar, o indicado pelos especialistas é a realização de um exame físico com palpação e testes de função da tiroide, para determinar se tem hipertiroidismo ou hipotiroidismo. De acordo com os resultados, o seu médico realiza o acompanhamento da melhor forma.
É um facto: o hipotiroidismo, um dosdistúrbios da tiroide mais frequentes, afeta mais as mulheres do que os homens. Mas está longe de ser um exclusivo do sexo feminino. Os homens também podem sofrer com uma tiroide hipoativa, ou seja, que funciona aquém do desejado, com sintomas que importa reconhecer.
Quando se trata do hipotiroidismo, o que está em causa é uma tiroide incapaz de libertar para o sangue hormonas em quantidade suficiente, o que tem um impacto no metabolismo, com muitos e variados sintomas. Nos homens, os mais comuns costumam ser:
Alterações no desejo sexual – Este tipo de alterações é um dos sintomas mais prevalentes quando se trata do sexo masculino, com estudos que confirmam o seu impacto: de acordo com investigações feitas junto de populações selecionadas, a prevalência de disfunção sexual em homens com hipotiroidismo pode ir dos 59 aos 63%.
Aqui, a produção insuficiente de hormonas contribui para uma libido reduzida, ou seja, menor desejo sexual, mas também para uma disfunção erétil ou ejaculação retardada.
Há ainda estudos que confirmam que este distúrbio pode afetar os níveis de testosterona, a qualidade do sémen e a contagem de espermatozoides, contribuindo, desta forma, para problemas de infertilidade.
Dores e desconforto muscular – As dores articulares e musculares são um dos sintomas mais frequentes nos homens com uma tiroide hipoativa, ao qual se junta ainda alguma rigidez nas articulações ou nos músculos, sintomas que tendem a desaparecer com a realização do tratamento adequado.
Pele e cabelo secos – A queda de cabelo nos homens é um problema que costuma surgir associado ao envelhecimento. Mas nos casos de hipotiroidismo, o cabelo começa a ficar mais fraco ou começa a cair com maior frequência do que o normal. Quanto à pele, torna-se também esta mais seca.
Há, depois, todo um conjunto de sintomas que são comuns entre os dois sexos, como os batimentos cardíacos irregulares, a depressão, aumento de peso, fadiga e exaustão, intolerância ao frio ou o inchaço das mãos ou dos pés.
Importa aqui reforçar que existe tratamento para o hipotiroidismo. E que, independentemente do sexo do doente, seja este homem ou mulher, o tratamento tem o potencial de devolver a qualidade de vida perdida e de eliminar os sintomas. É, por isso, essencial que na presença de sintomas se procure um especialista.
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